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Perseguição à tolerância

Por Dante Mantovani

No artigo de hoje do ilustre Paulo Antônio Briguet , publicado na Folha de Londrina, tem cena a triste perseguição em curso na universidade na qual me formei -UEL – contra o professor Gabriel Gianatasio.

Tocou-me o ocorrido visto que o referido professor é um exemplo de competência e de tolerância em relação ao diferente – e eu sou prova viva disto. Eu mesmo.

Nos idos de 2003 a 2005 fui aceito no projeto de iniciação científica do prof. Gabriel: Singularidades Historicas. Era um projeto de fato interdisciplinar, com orientadores dos departamentos de História, Filosofia , Música e Artes Visuais. Algo até então inédito na universidade.

Pesquisávamos casos singulares de personalidades, pensadores, ideias e processos históricos singulares. Realizávamos longos e embasados debates com rigorosa metodologia científica, sob a batuta do Maestro Gianatasio.

Minha participação era bastante acintosa, pois eu adotava uma postura neomarxista, que era ali minoria, porém eu recebia um respeito tremendo e imerecido do prof. Gabriel, que poderia simplesmente ter me cortado do projeto pro divergências ideológicas. Fiquei 2 anos pentelhando o prof. Gabriel com as teorias esquerdistas de Delleuze, Foucault, Eagleaton e tutti quanti: ele sempre levou na esportiva, muito bem humorado e extraiu daquela minha confusão um ótimo substrato que incorporei em minha formação acadêmica e humana.

Qual não foi minha surpresa ao constatar que agora ele, por declarar-se diferente dos demais, passa a sofrer perseguição de alunos e professores da mesma UEL onde o professor exerceu a mais plena tolerância para com minha pessoa.

O estranho caso do professor G. atesta que precisamos repensar profundamente o atual modelo das universidades públicas brasileiras, que se transformaram em verdadeiros campos de concentração para formação de militância ideológica para a esquerda. Não é justo que o dinheiro suado do pagador de impostos sustente este tipo de atividade.

gabriel gianatasio